Décima Nona Parte
Décima Nona Parte
Horror na “Praça do Forró”
Logo chegaram reforços pela avenida São Miguel, mas foram barrados na Praça do Forró, onde havia mais gente que formiga. Eram cerca de quinze viaturas, cinco das quais eram da polícia mais temida de São paulo. E quem foi que disse que o povo estava fazendo distinção entre a Polícia de Elite e a polícia comum? Que nada, não tinha boi pra ninguém, nem que fossem as SS de Hitler em pessoa, eles não estavam nem aí. Antes mesmo que as dezenas de policiais dessem conta do que estava acontecendo, foram cercados. Os coitados não tiveram nem tempo de pisar seus coturnos no chão. Foi um balançabalança da peste. Embalados por uma gritaria selvagem e incessante, foi fácil para as centenas de sublevados tombarem as viaturas, deixando-as de ponta cabeça. Os policiais não tiveram outra alternativa senão atirar confusamente sem saber quem estavam acertando. O certo é que várias pessoas tombaram antes que todos os policiais fossem arrastados para fora e brutalizados de tal forma que viraram meros pedaços de carne, com tripas e pedaços de corpos espalhados pra todos os lados. Foi a cena de linchamento mais horripilante já registrada por câmeras de televisão. E tudo ao vivo. O pior é que na medida em que mais policiais tombavam, a população tomava posse de suas armas, o que só ia aumentando o desejo de continuidade da anarquia, ao passo que elevava o poder de fogo da população completamente fora de si e já alimentada pelo desejo de algo mais que uma simples baderna.