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Mulher - O delírio do poeta

Mulher - O delírio do poeta

Quisera eu ser o mais eloquente e abençoado dos sonhadores, aquele que no máximo de suas loucuras criativas, é presenteado com a inata capacidade imaginativa de exaltar num súbito êxito poético a gloriosa essência da mais singela das fêmeas no deslumbre supremo de sua capacidade mais original e sagrada: o ato de ser mãe!

Diante de tamanha agraciação, seria eu um mero poeta no mais humano de seus devaneios, ou seria eu apenas um homem no mais humano de seus delírios?

Dotado de todas as dádivas que o tornam senhor, o homem é  desde sempre um servo. Primeiro de si mesmo, depois, da mulher amada. Qual o homem que em sua plenitude de razão, pode se sentir de fato à altura de decifrar o enigma da mulher?

Falar da mulher é ousar, é se achar capaz de falar do complexo mais complexo, no máximo de sua complexidade mais complexa. É adentrar o mais fascinante campo do fascínio. É achar que já sabe o mínimo quando ainda não sabe nada. É achar que já anda quando ainda está engatinhando.

O homem é o início de tudo – o pai, o filho, a inocência, a sabedoria, a costela matriz. A mulher é a razão do início – o amor, a paixão, a sensibilidade, a lágrima, o útero, o seio, a mãe, a filha, o sustentáculo da costela matriz. É enfim o enigma mais insondável, o oceano mais profundo em seus intrínsecos mistérios.

A mulher é o segredo mais inebriante, o perigo mais desejado, o prazer mais indômito, a perdição mais inculpe, a poesia mais inefável; a expressão mais exata e inquestionável da vida. É a culpa mais inocente, o pecado mais perdoável, a verdade mais improvável e a fortaleza mais frágil. É a mentira mais verdadeira, a fidelidade e a traição. O amor mais profundo, o ódio mais insano, o perdão mais original, a vingança mais cruel. É o caminho que se abre para o inferno, a salvação que conduz ao céu.

A mulher é acima de tudo o que foi incumbida de ser segundo os desígnios do Criador: a matriz da vida.

É impossível falar de um filho sem ter em mente uma mãe e vice-versa. Ofender a mulher é humilhar o próprio homem e magoar Aquele que os criou. Honrar a mulher é dignificar o ser humano e respeitar a dádiva da vida, e consequentemente, O próprio Criador da dádiva da vida: Deus.  

Ravi Ghelff