Terceira Parte
Terceira Parte
Cerca de uma hora depois chegaram ao sítio de seu primo, ao lado da estrada, nas partes altas da região, próximo do sopé da serra. Pararam para botar os assuntos em dia. E também para descansar, comer algo e dar água para os animais, que não foram descarregados. Conversa vai, conversa vem. Lá para dentro as crianças se divertiam, falando sobre coisas de crianças. Mas depois de um tempo, o homem disse que precisavam partir, pois queria aproveitar o frescor da noite e chegar ao destino antes da alvorada.
Instaram com ele para que pernoitasse, mas o homem não se permitia dissuadir de sua decisão. Tentaram convencê-lo que a criança estava exausta do dia de trabalho e que uma noite de descanso faria bem a ambos, que assim poderiam partir devidamente recuperados antes da aurora. Falaram até das muitas onças que vagavam nas noites daquela região. Mas para o caso de uma onça importuná-los, o homem garantiu que seu rifle daria conta do recado. Enfim, nada funcionou. O feirante era irredutível e estava decidido a partir naquela mesma noite de qualquer maneira. Num canto, as crianças apenas assistiam torcendo pela melhor decisão. O garoto, em seu íntimo, torcia para que seu pai optasse pelo pernoite. Mas ficou triste e decepcionado pela decisão do pai torrão.