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CAPÍTULO V

CAPÍTULO V

CAPÍTULO V             

TERROR NA NOITE

 

 

Voltando agora ao tempo de José Xavier,

Eis o vaqueiro seguindo como que guiado.

Por um momento lembrou-se da amada

E sorriu meio que um pouco inebriado.

Então dois pares de olhos brilharam no matagal

Mas era só um casal de guarás meio excitados.

 

 

Vez ou outra, sob o luar muito ofuscante,

José ouvia algo como uma respiração arquejante.

Mal sabia o vaqueiro que pouco adiante

Deparar-se-ia com uma feroz maldição

E um ser lendário que tinha a vingança

Estampada arraigada no fundo do coração.

 

                                                          

Por horas a fio, num empenho obstinado,

O persistente José procurou o barbatão,

Vasculhando palmo a palmo o sertão enluarado,

Porém sem obter muito progresso na ação.

Até que quando já ia desistir do insucesso fadado,

Viu surgir um nevoeiro espesso e negro qual uma maldição.

 

 

José sentiu um calafrio e os pelos ficando arrepiados

Assim que ouviu um gemido sombrio e um som abafado

Como um mugido de sofrimento esganiçado

De um boi torturado morrendo sufocado.

Concluíu que só podia ser o rebelde touro negro,

Decerto na correria da fuga havia se machucado.

 

                           

Seguindo então no rastro vívido do som,

Que ecoava pela caatinga absoluta

Como sobrenatural dor incontida,

José seguia rumo ao armagedom

Mas mantendo sempre a postura astuta

De quem não negligencia na investida.