PARTE 6
PARTE 6
O SACRIFÍCIO DE BALEIA
Baleia se embrenhou na mata
Tentando escapulir da iminente morte.
A onça correu em seu encalço,
Louca pra decidir sua sorte.
Talvez pensasse: “Maldita cadela!
Agora é uma questão de honraria!
Depois eu devoro o homem,
Pois sou muito mais forte.”
A noite era sinistra e sombria,
Digna da morte que vinha em grande porte.
Dominado por um ódio de orgulho indomado,
O homem tateava pelo chão,
Sentindo-se de fato muito humilhado.
Tentando a esmo localizar seu machado
– Ele inalara o próprio hálito da morte
E perdera a força até para respirar.
Por apenas um triz não virara comida
Devorado pela onça em seu jantar.
Mas se todo homem decide sua hora,
A de Pedro Mergello ainda haveria de chegar.
O machado enfim foi encontrado.
Então sem perder tempo, ele se embrenhou na mata.
(“O destino do homem é ele quem faz”)
Ao longe se ouvia os latidos de Baleia
Que demonstrava fúria voraz.
Pedro, insano, virara um animal
Com pouca diferença de uma fera.
Corria rumo a uma luta mortal
E nem sentia os pés sobre a terra.
Perdera a noção humana ou de quem era.
Seguindo o som que se expandia na noite,
Pedro corria veloz contra o tempo.
De repente, um abrupto silêncio
Ficou um tanto quanto agourento.
Não demorou muito e ele pôde ver
Que a onça enorme estava abaixada
Sobre a cachorrinha imobilizada e sem alento,
Sob o poder da fera, esmagada
Como o vento, Pedro avançou com seu machado,
Tendo como intento a fronte da esfomeada.